Anti-inflamatório
A inflamação pode afectar todos os tecidos do corpo. Ela é o principal mecanismo subjacente a doenças, que atacam os músculos, as articulações, o tecido conjuntivo, etc. Pesquisadores da Índia utilizaram a casca do Mangostão para investigar os seus efeitos sobre o processo de inflamação no organismo. Destas investigações, concluiu-se o seguinte:
- Regressão de inflamação aguda e crónica, e edema em ratos;
- Inibição da anafilaxia sistémica (reacção inflamatória fatal) em cobaias;
- Inibição da artrite em ratos.
Num outro estudo acerca do efeito que o Mangostão tem sobre a inflamação, observou-se que as Xantonas não interferem com o mecanismo de coagulação do sangue nem produzem úlceras estomacais, que são sérios efeitos colaterais, comuns aos anti-inflamatórios. Ao invés disso, em experiências feitas em animais, verificou-se que as Xantonas do Mangostão têm um papel significativo na prevenção de úlceras.
Sobre o processo inflamatório e as consequências do mesmo no organismo, a revista Time publicou um artigo extremamente elucidativo, que aqui deixamos (pode fazer o download deste artigo traduzido em português e em PDF, na caixa de download que se encontra na coluna esquerda desta página). As inflamações podem de facto ser bem mais graves do que normalmente pensamos, inclusive e no extremo, com uma ligação a problemas como ataques cardíacos, cancro e alzheimer. Neste campo e pelas suas qualidades altamente anti-inflamatórias, sem efeitos colaterais nem toxicidade de qualquer espécie, o Mangostão desempenha um papel absolutamente fundamental.
O que diz a ciência
Os seguintes estudos constam, mais detalhadamente, no Compêndio Clínico.
Inhibition of cyclooxygenase and prostaglandin E2 synthesis by gamma-mangostin, a xanthone derivative in mangosteen, in C6 rat glioma cells.
Neste estudo, os investigadores analisaram o efeito da gamma-mangostin, uma xantona do Mangostão, e demonstraram que esta xantona tem um papel de relevo na inibição da libertação de prostaglandina E2* (PGE2), que resulta da ciclooxigenase* (COX). Muitos medicamentos anti-inflamatórios, correntes no mercado, têm também como objectivo inibir a COX*, nomeadamente a COX-2 e assim impedir a síntese da prostaglandina E2*, responsável pelo aparecimento dos sintomas associados ao processo inflamatório, como sejam as dores, por exemplo. A prostaglandina E2* também pode ser utilizada durante infecções víricas constituindo um recurso que os vírus utilizam para os ajudar no seu processo de replicação dentro das células infectadas. O problema dos medicamentos anti-inflamatórios prende-se com os efeitos adversos que muitas vezes têm, como é o caso dos problemas gástricos, efeitos esses que não existem com o Mangostão.
Anti-inflammatory activity of mangostins from Garcinia mangostana.
Neste estudo, os investigadores concluíram que as xantonas alpha e gamma-mangostin inibiam a prostaglandina E2*, bem como o óxido nítrico, concluindo assim que ambas têm excelentes capacidades anti-inflamatórias.
O óxido nítrico, é uma molécula relacionada com a resposta inflamatória que, de acordo com investigações recentes levadas a cabo por diversos cientistas norte-americanos (ver PubMed ID 18757428), desempenha um papel preocupante no desenvolvimento de tumores. Os investigadores concluíram que a conjugação de um micro-ambiente inflamatório com um nível elevado de óxido nítrico, pode acelerar o desenvolvimento de tumores.
* Consta no glossário do Compêndio Clínico.
Artigo da Time Magazine
Faça aqui o download do artigo da Time Magazine "The Fires Within - The Secret Killer", publicado a 23-02-2004 e que lhe irá mostrar os efeitos nefastos que a inflamação pode ter no nosso organismo, efeitos esses que têm sido descobertos recentemente, e estão a ser amplamente estudados.
Compêndio Clínico.
Faça aqui o download do Compêndio Clínico "O Mangostão e as Xantonas", que reúne os resumos de alguns dos principais estudos feitos ao Mangostão e às xantonas. Todos estes resumos estão disponíveis em www.pubmed.gov.